Lindo"

domingo, 26 de agosto de 2012

Estudo de Aprofundamento da Doutrina Espírita Religião à Luz do Espiritismo Tomo I Módulo I Roteiro I


Oi, iniciei o Curso Estudo de Aprofundamento da Doutrina Espírita. Passarei a postar meus estudos complementares, como as referências indicadas na apostila da FEB e outras "cositas". Espero que gostem.
Religião à Luz do Espiritismo – Tomo I
Módulo I – Roteiro I –
Referências:
I - O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 18  - Item 2 (comentário da parábola do festim das bodas)
  O incrédulo ri desta parábola, que lhe parece de uma pueril ingenuidade, pois não admite que haja tantas dificuldades para realização de um banquete, e ainda mais quando os convidados chegam a ponto de massacrar os enviados do dono da casa. “As parábolas – diz ele – são naturalmente alegorias, mas não devem passar os limites do possível”.
  O mesmo se pode dizer de todas as alegorias, das fábulas mais engenhosas, se não lhes descobrimos o sentido oculto. Jesus se inspirava nas usanças mais comuns da vida, e adaptava as suas parábolas aos costumes e ao caráter do povo a que se dirigia. A maioria delas tinha por fim fazer penetrar nas massas populares a idéia da vida espiritual; e seu sentido só parece incompreensível para os que não se colocam nesse ponto de vista.
  Nesta parábola, por exemplo, Jesus compara o Reino dos Céus, onde tudo é felicidade e alegria, a uma festa nupcial. Os primeiros convidados são os judeus, que Deus havia chamado em primeiro lugar para o conhecimento da sua lei. Os enviados do rei são os profetas, que convidaram os judeus a seguir o caminho da verdadeira felicidade, mas cujas palavras foram pouco ouvidas, cujas advertências foram desprezadas, e muitos deles foram mesmo massacrados, como os servos da parábola. Os convidados que deixam de comparecer, alegando que tinham de cuidar de seus campos e de seus negócios, representam as pessoas mundanas, que, absorvidas pelas coisas terrenas, mostram-se indiferentes para as coisas celestes.
   Acreditavam os judeus de então que a sua nação devia conquistar a supremacia sobre todas as outras. Pois não havia Deus prometido a Abraão que a sua posterioridade cobriria a Terra inteira? Tomando sempre a forma pelo fundo, eles se julgavam destinados a uma dominação efetiva, no plano material.
    Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos os povos eram politeístas e idólatras. Se alguns homens superiores haviam atingido a idéia da unidade divina, essa idéia entretanto permanecia como sistema pessoal, pois em nenhuma parte foi aceita como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados, que ocultavam os seus conhecimentos sob formas misteriosas, impenetráveis à compreensão do povo. Os judeus foram os primeiros que praticaram publicamente o monoteísmo. Foi a eles que Deus transmitiu a sua lei; primeiro através de Moisés, depois através de Jesus. Desse pequeno foco partiu a luz que devia expandir-se pelo mundo inteiro, triunfar do paganismo e dar a Abraão uma posterioridade espiritual “tão numerosa como as estrelas do firmamento”.
    Mas os judeus, embora repelindo a idolatria, haviam negligenciado a lei moral, para se dedicar à prática mais fácil do culto exterior. O mal chegara ao cúmulo: a nação, dominada pelos romanos, estava esfacelada pelas facções, dividida pelas seitas; a própria incredulidade havia atingido até mesmo o santuário. Foi então que Jesus apareceu, enviado para chamá-los à observação da lei e para abrir-lhes os novos horizontes da vida futura. Primeiros convidados ao banquete da fé universal, eles repeliram, porém, as palavras do celeste Messias, e o sacrificaram. Foi assim que perderam o fruto que deviam colher da sua própria iniciativa.
     Seria injusto, entretanto, acusar o povo inteiro por essa situação. A responsabilidade coube principalmente aos fariseus e aos saduceus, que puseram a nação a perder, os primeiros pelo seu orgulho e fanatismo, e os segundos pela sua incredulidade. São eles, sobretudo, que Jesus compara aos convidados que se negaram a comparecer ao banquete de núpcias, e acrescenta que o rei, vendo isso, mandou convidar a todos os que fossem encontrados nas ruas, bons e maus. Fazia entender assim que a palavra seria pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras, e que estes, aceitando-a, seriam admitidos à festa de núpcias em lugar dos primeiros convidados.
       Mas não basta ser convidado; não basta dizer-se cristão, nem tampouco sentar-se à mesa para participar do banquete celeste. E necessário, antes de tudo, e como condição expressa, vestir a túnica nupcial, ou seja, purificar o coração e praticar a lei segundo o espírito, pois essa lei se encontra inteira nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Mas entre todos os que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que guardam e a aproveitam! Quão poucos se tornam dignos de entrar no Reino dos Céus! Foi por isso que Jesus disse: Muitos serão os chamados e poucos os escolhidos.

II - O Livro dos Espíritos – Questões 667, 668 e 669 –
      Aqui acrescentei os comentários a estas questões feitos pelo espírito Miramez em sua obra Filosofia Espírita, psicografada por João Nunes Maia:
667. Por que razão, não obstante ser falsa, a crença politeísta é uma das mais antigas e espalhadas? 
“A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas idéias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, conferiu-Lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, não havia mais que um passo. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direção superior, e que, em conseqüência, se elevaram à concepção de um Deus único.”
Questão 667 – Comentário de Miramez:
POLITEÍSMO 
O homem primitivo, em épocas recuadas, não tinha condições de aceitar a crença em um Deus único. Mas, Deus, sábio e soberano, deixou que os homens primitivos acreditassem na doutrina politeísta, para depois enviar uma seqüência de revelações para incorporar os princípios da verdade, vindo a se revelar pelos Seus enviados, solidificando-se em um Deus único, por Moisés.
A concepção dos deuses se espalhou por toda parte, mostrando aos homens que tudo era assistido por deuses específicos, na modalidade dos seus interesses para a paz de todos. Por vezes, esses deuses entravam em guerra e estimulavam a luta pelos direitos que os homens julgavam possuir.
Moisés foi um instrumento ímpar nessa divulgação; ele derrubou os deuses mesmo que isso custasse, como ocorreu, muitas vidas.
O Espírito ganhou um corpo humano, na sua simplicidade e ignorância, e dessa forma, não poderia ainda crer em um Deus único. O próprio Criador foi quem inspirou os Seus enviados para dividirem o Seu reino com muitos deuses. Mas, como a verdade na Terra é relativa, cabem mudanças nas operações espirituais, e é nesse campo de trabalho que a verdade veste formas diferentes para atender a todos. Até nos dias de hoje podemos notar que Deus permitiu que os homens preguem certas religiões com traços de primitividade, interpretando o Livro Sagrado ao pé da letra. Por que? Porque ainda existem Espíritos encarnados, e mesmo desencarnados, que somente aceitam assim, pela expressão da sua altura espiritual. Tudo é dado de acordo com a evolução das almas.
Podemos observar que logo que a Doutrina Espírita afirmou de um modo claro que a reencarnação é lei natural, em todo o mundo teve início um combate cerrado contra essa verdade, pelas falsas idéias que os seus profitentes tinham assimilado em outras eras. Mas, como a verdade não precisa de defesa dos homens, hoje os próprios antagonistas já se encontram em dúvida sobre a reencarnação, pela sua maturidade espiritual.
Muitas religiões que têm suas raízes em um passado distante, se não mudaram pela força do progresso, deverão caducar e desaparecer. Como exemplo, observemos o politeísmo: ele somente tem alguma sustentação nos seus velhos componentes e nas religiões que receberam seus enxertos. Mas, as demais, aceitam somente um Deus, único e verdadeiro.
Aos judeus devemos essa segurança doutrinária de uma só luz que comanda todas as outras. Os chamados deuses não morreram; eles são os agentes do verdadeiro Deus, que por eles opera em todos os lugares da criação.
Não pensemos que o homem atual, e mesmo os espiritualistas, já dominam toda a verdade. Não, eles estão longe de saber mais à frente, coisas que somente os Espíritos sublimados conhecem. Somente o tempo e o estudo trarão o conhecimento, porque a maturidade fornece meios para que o homem possa suportar mais luz em seus caminhos.
Até mesmo no meio dos espiritistas existem os conservadores, que não desejam sair do começo doutrinário, sendo que a Doutrina é progressiva e progressista, e a razão nos fala que deve ser assim.
Se a verdade é relativa, o que se deve pensar sobre o que já se conhece? Oremos, meditemos e estudemos, para que possamos assimilar mais verdades espirituais, que se encontram escondidas nas dobras do tempo. A perfeição para o homem custa muito caro, milênios que sucedem milênios, bilhões de anos que sucedem bilhões de anos, na contagem humana, e mesmo assim, ainda lhes sobra tempo para dizer: - Quero aprender mais.
O aprendizado, na verdade, é infinito, ante o nosso Deus único que sabe tudo, e o progresso não o atinge, porque foi Ele quem o fez.

668. Tendo-se produzido em todos os tempos e sendo conhecidos desde as primeiras idades do mundo, não haverão os fenômenos espíritas contribuído para a difusão da crença na pluralidade dos deuses? 
“Sem dúvida, porquanto, chamando deus a tudo o que era sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos. Daí veio que, quando um homem, pelas suas ações, pelo seu gênio, ou por um poder oculto que o vulgo não lograva compreender, se distinguia dos demais, faziam dele um deus e, por sua morte, lhe rendiam culto.” (603) 
A.K.: A palavra deus tinha, entre os antigos, acepção muito ampla. Não indicava, como presentemente, uma personificação do Senhor da Natureza. Era uma qualificação genérica, que se dava a todo ser existente fora das condições da Humanidade. Ora, tendo-lhes as manifestações espíritas revelado a existência de seres incorpóreos a atuarem como potência da Natureza, a esses seres deram eles o nome de deuses, como lhes damos atualmente o de Espíritos. Pura questão de palavras, com a única diferença de que, na ignorância em que se achavam, mantida intencionalmente pelos que nisso tinham interesse, eles erigiram templos e altares muito lucrativos a tais deuses, ao passo que hoje os consideramos simples criaturas como nós, mais ou menos perfeitas e despidas de seus invólucros terrestres. Se estudarmos atentamente os diversos atributos das divindades pagãs, reconheceremos, sem esforço, todos os de que vemos dotados os Espíritos nos diferentes graus da escala espírita, o estado físico em que se encontram nos mundos superiores, todas as propriedades do perispírito e os papéis que desempenham nas coisas da Terra. Vindo iluminar o mundo com a sua divina luz, o Cristianismo não se propôs destruir uma coisa que está na Natureza. Orientou, porém, a adoração para Aquele a quem é devida. Quanto aos Espíritos, a lembrança deles se há perpetuado, conforme os povos, sob diversos nomes, e suas manifestações, que nunca deixaram de produzir-se, foram interpretadas de maneiras diferentes e muitas vezes exploradas sob o prestígio do mistério. Enquanto para a religião essas manifestações eram fenômenos miraculosos, para os incrédulos sempre foram embustes. Hoje, mercê de um estudo mais sério, feito à luz meridiana, o Espiritismo, escoimado das idéias supersticiosas que o ensombraram durante séculos, nos revela um dos maiores e mais sublimes princípios da Natureza.

Questão 668 – Comentário de Miramez:
PLURALIDADE DOS DEUSES 
Não podemos negar que a crença nos deuses era um caminho para que o povo pudesse encontrar um só Deus, verdadeiro e justo. Como acreditar na unidade de Deus sem os meios lícitos e lógicos? Quem iria facultar esse entendimento seria o próprio Criador, cujos emissários se manifestaram por intermédio de Moisés, como se fossem a voz de Deus.
Quanto mais a criatura cresce em Espírito, mais vai sabendo de onde veio e para onde vai; no entanto, ainda há muitos segredos que ainda não foram revelados, por não ter chegado a hora. Devemos esperar trabalhando e sentindo a Vida Maior na nossa vida. As religiões se sucedem, cada uma trazendo meios para convencer a humanidade sobre a paternidade do Deus único e soberano.
Para se conhecer Deus com maior interesse, com mais minuciosidade, o caminho é começarmos a estudar nós mesmos. Qual dos homens conhece o mecanismo do corpo físico na sua integral postura como foi criado pela Divindade? E os outros corpos que o Espírito usa na sua jornada evolutiva? E o Espírito? Se ainda não passamos por esses caminhos de conhecimento, como pretendemos conhecer a Deus? Se queremos saber, na profundidade, quem é Deus, receberemos a mesma resposta de sempre:
Deus é Espírito,
Deus é amor,
Deus é luz.
Deus está em tudo
e tudo se move por Seu intermédio.
Deus é o Sol da vida.
Tudo está certo, na pauta da vida. Foi pela crença nos deuses que o homem passou a crer no invisível; foi quando esses deuses ficaram visíveis para os homens que eles descobriram que ninguém morre, e muitas coisas existem que a humanidade, depois do preparo, vai descobrir.
Somente sabe tudo, quem tudo fez. Somente Deus conhece a Si mesmo, na sua totalidade. A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo para dar a conhecer, nas claridades da sua sinceridade, certas leis que as outras religiões não conhecem ou não puderam revelar. Os caminhos estão abertos para tais conhecimentos, onde o impulso de perguntar encontre mais respostas, e satisfaça a curiosidade, aprendendo mais alguma letra depois do alfabeto da vida.
Há muitos que julgam a Deus, achando que Ele deveria ser desta ou aquela forma, sem, contudo, atinar na profundidade das mesmas leis criadas por Ele, leis de amor e misericórdia. Tudo está certo; o que está errado é o julgamento apressado das coisas que se desconhecem.
Procuremos meditar na vida, que o mundo espiritual não nos deixará sem apoio. Ele abre as portas do entendimento e sacia a fome dos que oram com sinceridade, buscando o alimento espiritual.
O povo, em geral, gosta das coisas fáceis, onde não existe esforço próprio; isso é um mal dos Espíritos rodeados de paixões inferiores. As próprias interpretações do Evangelho sofrem influência dos homens desse tipo. Vejamos o que Marcos anotou no capítulo treze, versículo vinte e seis:
Então verão o filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.
Quantas religiões ainda estão esperando Jesus voltar sobre as nuvens, com a Sua comitiva celestial, para levar os que O aceitaram, do modo que o fanatismo interpreta essa aceitação? Para elas, não existe esforço; basta crer. É a fé sem obras, e esses enganam a si mesmos. A volta do Cristo referida pelo Evangelho se dará nos céus da consciência, e nas nuvens das boas obras. O Mestre não voltará de uma só vez para toda a humanidade; a Sua volta, desta vez, é em particular, no silêncio de cada alma.

669. Remonta à mais alta antigüidade o uso dos sacrifícios humanos. Como se explica que o homem tenha sido levado a crer que tais coisas pudessem agradar a Deus? 
“Principalmente, porque não compreendia Deus como sendo a fonte da bondade. Nos povos primitivos a matéria sobrepuja o espírito; eles se entregam aos instintos do animal selvagem. Por isso é que, em geral, são cruéis; é que neles o senso moral, ainda não se acha desenvolvido. Em segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem ter uma criatura animada muito mais valor, aos olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isto que os levou a imolarem, primeiro, animais e, mais tarde, homens. De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima. Na vida material, como geralmente a praticais, se houverdes de oferecer a alguém um presente, escolhê-lo-eis sempre de tanto maior valor quanto mais afeto e consideração quiserdes testemunhar a esse alguém. Assim tinha que ser, com relação a Deus, entre homens ignorantes.” 
a) - De modo que os sacrifícios de animais precederam os sacrifícios humanos? 
“Sobre isso não pode haver a menor dúvida.” 
b) - Então, de acordo com a explicação que vindes de dar, não foi de um sentimento de crueldade que se originaram os sacrifícios humanos?
 “Não; originaram-se de uma idéia errônea quanto à maneira de agradar a Deus. Considerai o que se deu com Abraão. Com o correr dos tempos, os homens entraram a abusar dessas práticas, imolando seus inimigos comuns, até mesmo seus inimigos particulares. Deus, entretanto, nunca exigiu sacrifícios, nem de homens, nem, sequer, de animais. Não há como imaginar-se que se Lhe possa prestar culto, mediante a destruição inútil de Suas criaturas.”

Questão 669 – Comentário de Miramez:
SACRIFÍCIOS HUMANOS 
Os sacrifícios humanos, nos primórdios da civilização, tiveram a sua origem na necessidade e na ignorância dos homens, em seu empenho em agradar às divindades, o que caracterizou a aceitação de sua dependência a algo superior a eles. Acreditavam nos deuses sem submeter a exame o que eles diziam, pondo de lado o raciocínio, e assim como ouviam, assim praticavam. É certo que, em muitos casos, influíram na interferência de Espíritos ligados a paixões inferiores.
Já no que tange ao Espiritismo, as comunicações foram submetidas ao exame rigoroso, e muitas das mensagens recebidas pelos médiuns na época da codificação foram para a cesta de rascunhos, abandonadas como lixo imprestável. Sempre existiram os falsos profetas junto aos verdadeiros.
Um dos deuses, chamado Moloc, exigia carne humana para resolver os problemas materiais dos homens que serviam de instrumentos para a sua presença; depois passaram para sacrifícios de animais, ato impudico que até hoje, no século vinte, acontece, expressando a barbaridade de uma civilização. Depois que a razão começou a dominar os instintos inferiores das criaturas, foram diminuindo esses feitos que envergonham as consciências dos que alimentavam a idéia de sacrifício, e quando este chegava apontando um ente querido seu, ele começava a se revoltar e se desfazer das suas idéias maquiavélicas.
A humanidade cresce e, pela lei, devem crescer com ela os seus hábitos. O homem do terceiro milênio deve ser um homem novo, nascido do velho, que se esquecerá de sua própria história, pela sua renovação de propósitos. Deus realmente não quer sacrifícios, mas aceitou-os para que os homens compreendessem mais tarde que não deveriam proceder assim.
O instinto do homem é matar para sobreviver, é tomar de outrem para seu bem-estar, é, enfim, a manifestação do egoísmo e do orgulho em todos os lados da evolução humana. Quanto mais o país se diz civilizado, mais vive à custa dos sacrifícios dos subdesenvolvidos. E por isso Jesus veio ao cenário da Terra: para educar todos os .povos, porque o ser humano educado obedece às leis de Deus na sua pureza espiritual. Foi entregue ao Espiritismo a missão de educar a criatura, no sentido de que quando ela recebe a instrução, a utilize somente para o bem das criaturas.
"O céu", disse Jesus, "está dentro de vós", e realmente ele se encontra no coração das pessoas; basta que a vontade de melhorar seja acionada, para que isso se exteriorize, e para tanto, a natureza pede esforço próprio. Desde quando já recebemos a razão e a inteligência, é para que nos sirvamos delas no serviço de disciplina dos nossos impulsos inferiores. A parte que nos cabe deveremos f aze-Ia para o nosso próprio bem e da humanidade inteira.
Os sacrifícios dos animais precederam aos sacrifícios humanos, e de novo eles desejam voltar, como pena de morte, e morte de todos os tipos, como se este tipo de punição fosse agradável a Deus. Se todos somos irmãos em Jesus Cristo, matar para que, se ninguém morre? Se Jesus fosse ver esse modo de pensar, não viria à Terra, mas, o que O trouxe aqui foi o Seu amor pelos que sofrem Ele não mandou matar os encarcerados e, sim, visitá-los, levando-lhes a esperança da vida e fazendo-os crer na lei de amor para todas as criaturas.
Estamos na época de sacrificar nossas paixões inferiores, dando lugar, assim, à fraternidade. Somente desta maneira surgirão novas terras e novos céus, onde tudo poderá existir com abundância.

Livro “A Caminho da Luz” - Emmanuel
 O POVO DE ISRAEL
ISRAEL
Dos Espíritos degredados na Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e mais homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as mutações.
Examinando esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos que, se grande era a sua certeza na existência de deus, muito grande também era o seu orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida.
Consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu oportunidade de demonstrar a sua vaidosa aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessível à comunhão perfeita com as demais raças do orbe. Entretanto, em honra da verdade, somos obrigados a reconhecer que Israel, num paradoxo flagrante, antecipou-se às conquistas dos outros povos, ensinou de todos os tempos a fraternidade, a par de uma fé soberana e imorredoura. Sem pátria e sem lar, esse povo heróico tem sabido viver em todos os climas sociais e políticos, exemplificando a solidariedade humana nas melhores tradições de trabalho; sua existência histórica, contudo, é uma lição dolorosa para todos os povos do mundo, das conseqüências nefastas do orgulho e do exclusivismo.
MOISÉS
As lendas da Torre de Babel não representam um mito nas páginas antigas do Velho Testamento, porque o exílio na terra não pesou tanto às outras raças degredadas quanto na alma orgulhosa dos judeus, inadaptados e revoltados num mundo que os não compreendia. Sem procurarmos os seus antepassados, anteriores a Moisés, vamos encontrar o grande legislador hebreu saturando-se de todos os conhecimentos iniciáticos, no Egito antigo, onde o seu espírito recebeu primorosa educação, à sombra do prestígio de Termútis, cuja caridade fraterna o recolhera.
Moisés, na sua qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo para a grande jornada em busca da Terra da Promissão. Médium extraordinário, realiza grandes feitos ante os seus irmãos e companheiros maravilhados. É quando então recebe, de emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo.
Antes de abandonar as lutas da Terra, na extática visão da Terra Prometida, Moisés lega à posteridade as suas tradições no Pentateuco, iniciando a construção da mais elevada ciência religiosa de todos os tempos, para as coletividades porvindouras.
O JUDAÍSMO E O CRISTIANISMO
Estudando-se a trajetória do povo israelita, verifica-se que o Antigo testamento é um repositório de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo fielmente, nas épocas mais remotas.
Eminentes espiritualistas franceses, nestes últimos tempos, procuraram penetrar os seus obscuros segredos e, todavia, aproximando-se da realidade com referência às interpretações, não lhes foi possível solucionar os vastos problemas que as suas expressões oferecem.
Os livros dos profetas israelitas estão saturados de palavras enigmáticas e simbólicas, constituindo um monumento parcialmente decifrado da ciência secreta dos hebreus. Contudo, e não obstante a sua feição esfingética, é no conjunto um poema de eternas claridades. Seus cânticos de amor e de esperança atravessam as eras com o mesmo sabor indestrutível de crença e de beleza. É por isso que, a par do Evangelho, está o Velho Testamento tocado de clarões imortais, para a visão espiritual de todos os corações. Uma perfeita conexão reúne As duas Leis, que representam duas etapas diferentes do progresso humano. Moisés, com a expressão rude da sua palavra primitiva, recebe do mundo espiritual as leis básicas do Sinai, construindo desse modo o grande alicerce do aperfeiçoamento moral do mundo; e Jesus, no Tabor, ensina a humanidade a desferir, das sombras da Terra, o seu vôo divino para as luzes do Céu.
O MONOTEÍSMO
O que mais admira, porém, naquelas tribos nômadas e desprotegidas, é a fortaleza espiritual que lhes nutri a fé nos mais arrojados e espinhosos caminhos. Enquanto a civilização egípcia e os iniciados hindus criavam o politeísmo para satisfazer os imperativos da época, contemporizando com a versatilidade das multidões, o povo de Israel acreditava somente na existência do Deus Todo-Poderoso, por amor do qual aprendia a sofrer todas as injúrias e a tolerar todos os martírios.
Quarenta anos no deserto representaram para aquele povo como que um curso de consolidação da sua fé, contagiosa e ardente. Seguiu-lhe Jesus todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na Palestina.
Todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres. O grande legislador dos hebreus trouxera a determinação de Jesus, com respeito à simplificação das fórmulas iniciáticas, para compreensão geral do povo; a missão de Moisés foi tornar acessíveis ao sentimento popular as grandes lições que os demais iniciados eram compelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes figuras da antiguidade, destaca-se o seu vulto como o primeiro a rasgar a cortina que pesa sobre os mais elevados conhecimentos, filtrando a luz da verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo.

Livro “Emmanuel” - Emmanuel
II - A  ASCENDÊNCIA  DO  EVANGELHO
Nenhuma expressão fornece imagem mais justa do poder d’Aquele a quem todos os espíritos da Terra rendem culto do que a de João, no seu Evangelho – “No princípio era o Verbo...” Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade terrena, enviando os seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, assim como presidiu à formação do orbe, dirigindo, como Divino Inspirador, a quantos colaboraram na tarefa da elaboração geológica do planeta e da disseminação da vida em todos os laboratórios da Natureza, desde que o homem conquistou a racionalidade, vem-lhe fornecendo a idéias da sua divina origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do espírito, revelando-lhe, em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger.
Em tempos remotos, quando os homens, fisicamente, pouco dessemelhavam dos antropopitecos, suas manifestações de religiosidade eram as mais bizarras, até que, transcorridos os anos, no labirinto dos séculos, vieram entre as populações do orbe os primeiros organizadores do pensamento religioso que, de acordo com a mentalidade geral, não conseguiram escapar das concepções de ferocidade que caracterizavam aqueles seres egressos do egoísmo animalesco da irracionalidade. Começaram aí os primeiros sacrifícios de sangue aos ídolos de cada facção, crueldades mais longínquas que as praticadas nos tempos de Baal, das quais tendes notícia pela História.
AS TRADIÇÕES RELIGIOSAS
Vamos encontrar, historicamente, as concepções mais remotas da organização religiosa na civilização chinesa, nas tradições da índia védica e bramânica, de onde também se irradiaram as primeiras lições do culto dos mortos, na civilização resplandecente dos faraós, na Grécia com os ensinamentos órficos e com a simbologia mitológica, existindo já grandes mestres, isolados intelectualmente das massas, a quem ofereciam os seus ensinos exóticos, conservando o seu saber de iniciados no círculo restrito daqueles que os poderiam compreender devidamente.
OS MISSIONÁRIOS DO CRISTO
Fo-Hi, os compiladores dos Vedas, Confúcio, Hermes, Pitágoras, Gautama, os seguidores dos mestres da antiguidade, todos foram mensageiros de sabedoria que, encarnando em ambientes diversos, trouxeram ao mundo a idéia de Deus e das leis morais a que os homens se devem submeter para a obtenção de todos os primores da evolução espiritual. Todos foram mensageiros dAquele que era o Verbo do Princípio, emissários da sua doutrina de amor. Em afinidade com as características da civilização e dos costumes de cada povo, cada um deles foi portador de uma expressão do “amai-vos uns aos outros”. Compelidos, em razão do obscurantismo dos tempos, a revestir seus pensamentos com os véus misteriosos dos símbolos, como os que se conheciam dentro dos rigores iniciáticos, foram os missionários do Cristo preparadores dos seus gloriosos caminhos. A LEI MOSAICA A lei mosaica foi a precursora direta do Evangelho de Jesus. O protegido de Termutis, depois de se beneficiar com a cultura que o Egito lhe podia prodigalizar, foi inspirado a reunir todos os elementos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a inspiração divina, cujas determinações são até hoje a edificação basilar da Religião da Justiça e do Direito, se bem que as doutrinas antigas já tivessem arraigado a crença de Deus único, sendo o politeísmo apenas uma questão simbológica, apta a satisfazer à mentalidade geral.
A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis com a época, mas, escoimada de todos os comentários fabulosos  a seu respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem extraordinário, revestido dos mais elevados poderes espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis às massas populares os ensinamentos somente conseguidos à custa de longa e penosa iniciação, com a síntese luminosa de grandes verdades.
XV - A  IDÉIA  DA  IMORTALIDADE
Embalde os corifeus do ateísmo propagarão as suas amargas teorias, cujo objetivo é o aniquilamento da idéia da imortalidade entre os homens; embalde o ensino de novos sistemas de educação, dentro das inovações dos códigos políticos, tentará sufocá-la, porque todas as criaturas nascem na Terra com ela gravada nos corações, inclusive os pretensos incrédulos, cuja mentalidade, não conseguindo solucionar os problemas complexos da vida, se revolta, imprecando contra a sabedoria suprema, como se os seus gritos blasfematórios pudessem obscurecer a luz do amor divino, estacando os sublimes
mananciais da vida. Pode a política obstar à sua manifestação, antepondo-lhe forças coercitivas: a idéia da imortalidade viverá sempre nas almas, como a aspiração latente do Belo e o do Perfeito. Acima do poder temporal dos governantes e da moral duvidosa dos pregadores das religiões, ela continuamente prosseguirá dulcificando os corações e exaltando as esperanças, porque significa em si mesma o luminoso patrimônio da alma encarnada, como recordação perene da sua vida no Além, simbolizando o laço indestrutível que une a existência terrena à Vida Eterna, vislumbrada, assim, pela sua memória temporariamente amortecida.
A IDÉIA DE  DEUS
Desde os pródromos da Civilização a idéia da imortalidade é congênita no homem. Todas as concepções religiosas da mais remota antigüidade, se bem que embrionárias e grosseiras em suas exteriorizações, no-la atestam. Entre as raças bárbaras abundaram as idéias terroristas de um Deus, cuja cólera destruidora se abrandaria à custa dos sacrifícios humanos e dos holocaustos de sangue, e, por toda a parte, onde homens primitivos deixaram os vestígios de sua passagem, vê-se o sinal de uma divindade a cuja providência e sabedoria as criaturas entregavam confiadamente os seus destinos.
Paz e Luz!
Laura

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Paz e Luz!
Laura

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